terça-feira, 13 de novembro de 2012
Mico-leão-de-cara-dourada
O mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) é um primata brasileiro ameaçado de extinção, pertencente a família Cebidae. É endêmico das florestas do sul da Bahia, sendo encontrado, atualmente, em algumas poucas unidades de conservação, como a Reserva Biológica de Una. Apesar de estar "Em Perigo", é a espécie do gênero Leontopithecus que possui maior população e corre menos risco de extinção a curto prazo.
Índice [esconder]
1 Taxonomia e Evolução
2 Distribuição Geográfica e Hábitat
3 Descrição
4 Ecologia
5 Conservação
6 Referências
Taxonomia e Evolução
A princípio, era considerado como subespécie de Leontopithecus rosalia, hoje é considerado uma espécie distinta, assim como os outros táxons do gênero.[1] Embora possua notável semelhança com o mico-leão-dourado, o mico-leão-de-cara-dourado não é diretamente relacionado a este último, e dados moleculares apontam por ser a primeira espécie de mico-leão que surgiu, sendo considerada a mais basal.[4] Alguns dados morfométricos apontam para uma grande semelhança entre esta espécie e o mico-leão-de-cara-preta.[5]
Distribuição Geográfica e Hábitat
Esta espécie de mico-leão é encontrada no sul da Bahia, principalmente na região de Ilhéus e Una.[6] Sua área de ocorrência chegava a quase 20.000 km², hoje bastante reduzida, com a maior população conhecida se concentrando na Reserva Biológica de Una.[7][3] Habita principalmente a floresta ombrófila de terras baixas, sendo também encontrados nas restingas e florestas secundárias. A cabruca, onde é feito o plantio de cacau, eventualmente é utilizada pelo mico-leão-de-cara-dourada, desde que persistam altas árvores nativas.[8]
Descrição
O mico-leão-de-cara-dourada é a espécie do gênero que ocorre no sul da Bahia.
Possui toda a pelagem de cor negra e brilhante, exceto ao redor da face, membros anteriores e posteriores, que são douradas, o que conferiu o nome popular da espécie.[9] Possui um crânio com conformação única dentre os mico-leões, com uma face mais alongada em comparação às outras três espécies e também mais robusta.[5][10] Pesam entre 534 g (fêmea) e 620 g (macho), com até 25 cm de comprimento, sem a caudal, que não é preênsil.[11]
Ecologia
Os micos-leões são animais frugívoros e insetívoros que apesar de seu pequeno tamanho ocupam áreas de vida relativamente grandes.[12] No caso do mico-leão-de-cara-dourada, foi constatado em Una, que sua área de vida tem em média 123 hectares (trata-se de um território muito maior do que constatado para o mico-leão-dourado), entretanto, a maior parte do tempo é passada em apenas 11% de todo esse território.[12] Sua área de distribuição é simpátrica com Callithrix kuhlii, do qual se diferencia ecologicamente: o mico-leão possui maior território, forrageia nos estratos mais altos da floresta e uso como sítios de dormida buracos em troncos de árvore.[13] Foram reportadas associações mistas com essa mesma espécie, embora não seja frequente.[9][14] Sua dieta constitui-se predominantemente de frutos maduros, néctar, insetos e pequenos vertebrados, sendo que néctar também tem menor importância na dieta comparado às outras espécies de mico-leão.[12]
Conservação
O mico-leão-de-cara-dourada consta como "Em Perigo", segundo a IUCN e na lista do IBAMA.[3][15] A Reserva Biológica de Una é a principal unidade de conservação dessa espécie, embora seja de tamanho reduzido para manter uma população viável a longo prazo.[7] Ademais, ao longo de sua distribuição geográfica, houve uma extrema redução da cobertura vegetal e de seu hábita.[7] Ainda sim, é a espécie do gênero Leontopithecus que possui a maior população na natureza, com estimativas entre 6.000 e 15.000 indivíduos.[7]
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