terça-feira, 13 de novembro de 2012

Lince-ibérico

O lince-ibérico (Lynx pardinus), também conhecido pelos nomes populares lobo-rabo, gato-cerval, liberne, gato-cravo ou gato-lince, é a espécie de felino mais gravemente ameaçada de extinção e um dos mamíferos mais ameaçados. Tem um porte muito maior do que um gato doméstico e o seu habitat restringe-se à Península Ibérica. Apenas existem cerca de 140 linces ibérico em liberdade em toda a Península Ibérica. Índice [esconder] 1 Distribuição 2 Habitat e ecologia 3 Comportamento 4 Ameaças 5 Estatuto de conservação 6 Evolução populacional 7 Medidas de conservação 8 Taxonomia 9 Galeria 10 Ver também 11 Notas 12 Referências 12.1 A Ler 13 Ligações externas [editar]Distribuição O lince-ibérico só existe em Portugal e Espanha. A população está limitada a pequenos agregados dispersos (ver mapa de distribuição), resultado da fragmentação do seu habitat natural devido a factores antropogénicos. Apenas 2 ou 3 agregados populacionais poderão ser considerados viáveis a longo termo. A sua alimentação é constituída por coelhos, mas quando estes faltam ele come veados, ratos, patos, perdizes, lagartos, etc. O lince-ibérico selecciona habitats de características mediterrânicas, como bosques, matagais e matos densos. Utiliza preferencialmente estruturas em mosaico, com biótopos fechados para abrigo.O lince-ibérico pode-se encontrar na Serra da Malcata, situada entre os concelhos do Sabugal e de Penamacor, integrando o sistema montanhoso luso-espanhol da Meseta. [editar]Habitat e ecologia Este felino habita no maqui mediterrânico [1]. Prefere um mosaico de mato denso para refúgio e pastagens abertas para a caça (ICONA 1992). Não é frequentador assíduo de plantações de espécies arbóreas exóticas (eucaliptais e pinhais) (Palomares et al. 1991). Como predador de topo que é, o lince ibérico tem um papel fundamental no controlo das populações de coelhos (sua presa favorita) e de outros pequenos mamíferos de que se alimenta [editar]Comportamento É um animal essencialmente nocturno. Trepador exímio. Por dia, poderá deslocar-se cerca de 7 km. Os territórios dos machos podem sobrepôr-se a territórios de uma ou mais fêmeas. Os acasalamentos, pouco frequentes, ocorrem entre Janeiro e Março e após um período de gestação que varia entre 63 e 74 dias nascem entre 1 e 4 crias. O mais comum é nascerem apenas 2 crias que recebem cuidados unicamente maternais durante cerca de 1 ano, altura em que se tornam independentes e abandonam o grupo familiar. Regra geral, quando nascem 3 ou 4 crias, estas entram em combates por comida ou sem qualquer motivo e acabam por sobrar apenas 2 , daí um dos seus pequenos aumentos populacionais. Não existe dimorfismo sexual entre macho e fêmea. [editar]Ameaças A principal ameaça resulta do desaparecimento progressivo das populações de coelhos (sua principal presa) devido à introdução da mixomatose. A pneumonia hemorrágica viral, que posteriormente afectou as populações de coelhos, veio piorar ainda mais a situação do felino. Outras ameaças: Utilização de armadilhas Caça ilegal Atropelamentos [editar]Estatuto de conservação O estatuto de conservação do lince-ibérico tem variado ao longo das últimas décadas: 1965 > Considerado muito raro e acreditando-se decrescer em número (como Felis lynx pardina) (Scott 1965) 1986 > Ameaçado (como Felis pardina) (IUCN Conservation Monitoring Centre 1986) 1988 > Ameaçado (como Felis pardina) (IUCN Conservation Monitoring Centre 1988) 1990 > Ameaçado (como Felis pardina) (IUCN 1990) 1994 > Ameaçado (Groombridge 1994) 1996 > Ameaçado (Baillie and Groombridge 1996) Actualmente prevalece a avalição efectuada em 2002, pela UICN: Criticamente ameaçado > segundo o critério C2a(i) > Categorias e Critérios de 2001 (versão 3.1) Em Portugal, a espécie permanece com o estatuto de Criticamente Ameaçada, de acordo com a última edição do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, de 2006. [2] A Quercus considerou a espécie inexistente em Portugal em 2007,[3] em resposta à criação do Plano de Acção para a Conservação do Lince-Ibérico em Portugal pelo governo português.[4] Embora existam testemunhas que tenham avistados alguns linces perto da fronteira. [editar]Evolução populacional Evolução das estimativas do número total de indivíduos desde 1969 (apenas indivíduos no estado selvagem estão contabilizados): 1969: Vários milhares [5] 1978: 1000 a 1500 [6] 1987: 1000 a 1500 [7] 1991: Cerca de 1000 [8] 1992: Não mais que 1200, excluindo crias [9] 1995: Não mais que 1300 [10] 1998: Cerca de 800 [11] 2000: Cerca de 600 [12] 2002: Menos de 300 [13] 2003: 150 a 300 [14] 2004: 120 a 155 2006: 135 a 110 [15] 2008: 110 a 150 [16] Segundo Nowell e Jackson (1995), o número de indivíduos existentes em Portugal no ano de 1995 não excederiam 100. Segundo os mesmos autores, para Espanha e para o mesmo ano, a população seria de 1200. [editar]Medidas de conservação Um programa de reprodução em cativeiro está a ser desenvolvido em Espanha. Para tal, linces que estejam em subpopulações inviáveis terão que ser capturados. Esta espécie está totalmente protegida em Portugal e Espanha Listada na CITES (apêndice I) Em Portugal, a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), em parceria com a organização internacional Fauna & Flora International (FFI), lançou, em 2004, o Programa Lince, que conta com a participação e o apoio técnico e científico de um grupo composto pelos principais especialistas nesta espécie em Portugal. No âmbito deste Programa, têm sido desenvolvidos projectos, entre os quais se incluem Projectos LIFE, que visam sobretudo a recuperação do habitat natural do Lince Ibérico.[17] O Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI) de Silves terá o propósito de fazer com que linces reprodutores em cativeiro se reproduzam no território nacional [1] [editar]Taxonomia O lince-ibérico e o lince euroasiático eram endémico, na Europa Central, durante o Pleistoceno (Kurté'n 1968, Kurtén e Grandqvist 1987). Segundo Werdelin (1981), estas duas espécies evoluíram da primeira espécie de lince identificável (Lynx issiodorensis). Antigas denominações científicas desta espécie: Felis pardina Felis lynx pardina Lynx lynx pardina Felis pardinus

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